sábado, 1 de agosto de 2009

Não precisas espelhos.

Não precisas espelhos.

Procura, se queres, teu reflexo

numa esquina

da cidade.

Ali onde se detém o bonde.

Na frescura

da velha taberna.

Na companhia

noturna

da habitação

de hotel.

Nos risos.

Na música.

Entre a fumaça.

Ou quando o amanhecer devolve

aos adoquines

seu brilho.

Não precisas espelhos.

Se não encontras outros olhos,

tens os meus.

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