Não precisas espelhos.
Procura, se queres, teu reflexo
numa esquina
da cidade.
Ali onde se detém o bonde.
Na frescura
da velha taberna.
Na companhia
noturna
da habitação
de hotel.
Nos risos.
Na música.
Entre a fumaça.
Ou quando o amanhecer devolve
aos adoquines
seu brilho.
Não precisas espelhos.
Se não encontras outros olhos,
tens os meus.
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